quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ser x Ter

Faz tempo, muito tempo que o pensamento de Ser x Ter invadiu minha cabeça. Pra mim, graças a Deus, isso nunca foi um assunto conflitante. Sempre fui pró Ser. O que eu não consigo entender é como existem pessoas (e bota pessoas nisso) que esqueceram o Ser e em suas vidas só existe lugar para o Ter. É tão triste saber que a humanidade caminha muitas vezes de forma tão torta.

Quer coisa melhor que ver o pôr de sol? É de graça!

Não quero dizer aqui que sou uma total altruísta e que o Ter não faz parte da minha vida. É claro que faz. Só que tento dar um valor menor para ele e não o deixo dominar minha ações. Não vivo para ter coisas, cada vez mais coisas, comprar, consumir, me exibir, ter o último modelo, o mais caro, o mais lindo, o melhor, depois de um ano ou seis meses, jogar fora e comprar tudo de novo. Não vivo para ter uma casa linda e maravilhosa com cinco suítes num condomínio de luxo, um carro ultra mega power maravilhoso grande e caro, um iphone, um ipad, um ipod, um itudo (eu mal sei ligar meu celular - que não é um smartphone, imagina então conciliar todos esse is), um armário lotado de roupas de marcas caras. Não vivo para ir ao dermato todo mês, fazer zilhões de tratamentos estéticos, gastar toda minha energia (e dinheiro) tentando rejuvenescer sendo que eu deveria estar gastando-a para me enriquecer, espiritualmente, é claro.

Pois é, ainda bem que eu sou da turma do Ser, porque se fosse da turma do Ter eu tava ferrada. Como eu iria arranjar dinheiro para manter esse padrão de vida absurdo? Eu teria que ralar muito, mas muito mesmo. Trabalhar insanamente, 24/7, always, toujours, non-stop. (acho que nas atuais circunstâncias para manter o tal padrão acima citado eu teria que virar política, mas vamos dizer que não, pois políticos não trabalham muito, e daí a historinha a seguir ia perder a graça). Continuando... mas aí eu sairia do trabalho, pegaria meu possante de luxo com o manobrista, chegaria em casa no fim da noite pensando que eu tenho que tomar cuidado pois posso ser assaltada a qualquer minuto, iria ver meu filho (já dormindo), zapear os 500 canais da minha mega power TV, não assistir nada de tanto sono, e dormir no meu lençol de seda da minha cama extra-king para acordar no dia seguinte as 6 da manhã para recomeçar a rotina de todo dia.
Mas pera aí: e quando é que eu vou aproveitar todas as coisas lindas, modernas e maravilhosas que eu comprei? Pois é, talvez nunca. Não vai me sobrar tempo. E seu eu tiver tempo não terei disposição. E se eu tiver tempo e disposição, talvez eu tenha medo de sair na rua com as minhas jóias, então elas ficam no cofre e eu saio com as bijuterias mesmo.

Acho que eu não preciso continuar, você entendeu meu ponto de vista né. Eu enxergo a vida assim: a gente tá aqui pra viver, Ser feliz e fazer coisa legais. Na medida do possível a gente compra algumas coisas bacanas que nos proporcionam momentos agradáveis, a gente gasta uma grana com porcarias, trabalha pra pagar as contas (porque não importa o quanto você seja bicho-grilo, você sempre terá contas pra pagar), e a gente investe em si próprio. Investe em cultura, conhecimento, educação, investe construindo relações humanas, ampliando nossos horizontes, transmitindo valores positivos, ensinando, sendo ensinado, exercendo a cidadania e ajudando a construir, mesmo que com minúsculos gestos, um mundo mais sustentável, mais justo e mais feliz.

PS: Nem em um milhão de anos, mesmo trabalhando 24/7 eu conseguiria ter uma casa com cinco suítes, um mega carro, todos os mega gadgets, etc etc etc... Isso foi só um exemplo hiperbólico de como muitas pessoas fazem de tudo para "subir na vida" e se esquecem de que viver é muito mais do que usar o cartão de crédito.
PS2: Por coincidência uma amiga postou hoje em seu FB um texto que eu já havia lido há um tempo que fala justamente do alto padrão de vida buscado pela classe média brasileira. O texto compara a vida da classe média no Brasil com a da classe média européia. Acho que futuros imigrantes se identificarão com a idéia geral. Se você se interessou, leia aqui.

E para encerrar fica uma música do Vampire Weekend cuja letra diz:
"Every dollar counts
 Every morning hurts
 We mostly work to live
 Until we live to work"


Bisous!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pesquisa Qualidade de vida 2011

Saiu essa semana a pesquisa da Mercer "Worldwide Quality of Living Survey" para 2011 que traz o ranking de 221 cidades ao redor do mundo segundo sua Qualidade de vida. A primeira colocada esse ano foi novamente Viena, seguida por Zurich e Auckland. A primeira cidade canadense da lista é Vancouver com o 5° lugar, divido com a cidade de Dusseldorf. Outras cidades canadenses rankeadas são Ottawa e Toronto, respectivamente 14° e 15° lugar, Montréal, 22° (junto com Bruxelas) e Calgary com o 33° lugar no ranking. O Brasil aparece na pesquisa com três cidades: Brasília (101°), Rio de Janeiro (114°) e São Paulo (116°).


Viena: de novo a campeã
Já quanto à classificação das cidades mais seguras a campeã é Luxemburgo seguida de Berna e Helsinki. Entre as canadenses, as cinco cidades pesquisadas dividem o 17° lugar: Montréal, Toronto, Calgary, Ottawa e Vancouver, junto com Amsterdam. Nenhuma cidade americana aparece nas 50 primeiras mais seguras do ranking. Brasília é novamente a brasileira mais bem classificada neste quesito, aparecendo em 131°, à frente do Rio (172°) e de São Paulo (178°). Bagdá ocupa a última colocação no ranking, tanto em qualidade de vida quanto em nível de segurança.


Vancouver: a primeira canadense da lista
Cada cidade é avaliada de acordo com 39 critérios, incluindo fatores políticos, sociais, econômicos e ambientais, segurança pessoal e saúde, educação, transportes e outros serviços públicos.


Bisous!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Custos de utilização de um carro

Comprar ou não comprar um carro no Québec? Para alguns é questão de necessidade, para outros um conforto extra assumido e para um outro grupo uma dúvida cruel. Seja qual for a categoria na qual você se encaixa é bom ficar por dentro de todos os custos que envolvem a compra e manutenção de um automóvel no Canadá.
Descobri outro dia um guia super interessante da CAA que explica todos os custos implicados na utilização de um carro. Obviamente muitos deles são similares ao Brasil, mas é sempre bom ficar ligado nas diferenças de despesas de um país para outro. Além disso é bem útil na hora de decidir qual o melhor tipo de carro para cada pessoa (financeiramente falando) baseado em seus hábitos e no quanto ela roda por ano.

Bisous!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Viajando #5: Roma

Quando me dei conta de que iria para Roma a primeira coisa que pensei foi que finalmente conheceria a Fontana di Trevi. Sou obcecada por ela há anos. Tudo culpa do Fellini. Sendo assim, logo que cheguei, saí em sua busca. Mesmo com dois mapas eu fiquei perdida (a anta da navegação aqui achou muito difícil não se perder em Roma), mas a um certo ponto fui seguindo o barulho de água caindo (e logo em seguida uma placa salvadora indicando o caminho) e voilà: linda, majestosa, imponente, mas diferentemente dos meus sonhos, infestada de gente. Gente saindo pelo ladrão. Tirar uma foto só sua na frente da Fontana: missão impossível. Talvez você consiga lá pelas 4h00 da matina. Eu passei por ela de manhã, de tarde, de noite, e até as 2 e meia da madrugada e ainda tinha uma pá de gente jogando moedinha. Mas tudo bem, ela é tão linda que eu aceito compartilhá-la com todos. Um monte de turistas babões como eu enquadrados pela minha velha Sony Cyber-shot integrando meu álbum de fotos virtual.

Fontana di Trevi: um dos maiores símbolos de Roma

Mas obviamente nem só de Fontana di Trevi vive Roma. E não mesmo. Haja perna e tempo pra conhecer tudo o que a cidade eterna tem pra mostrar: Piazza Navona, Piazza di Spagna, Piazza Del Campidoglio, Vittoriano, Piazza Del Popolo, Piazza della Rotonda, Panteon, Foro, Colosseo, Arco di Constantino, Trastevere, via Appia, Circo Massimo, Villa Borghese, Castel Sant’Angelo, Vaticano, Basilica di San Pietro, Cappella Sistina, e outras tantas igrejas, igrejas, igrejas e mais igrejas.

Detalhe da cúpula do Panteon na Piazza della Rotonda

Dentro do Colosseo


Um dos arcos super conservados do Foro

Basilica di San Pietro: a maior igreja cristã do mundo
Eu nunca entrei em tanta igreja na minha vida. Em toda esquina há uma igreja. E mesmo as menores e mais escondidas guardam seus tesouros.  Mas não fiquei só tirando foto não, até missa dominical eu assisti. A única coisa ruim de conhecer as igrejas italianas é que depois delas qualquer outra igreja que você conheça no mundo não vai ter tanta graça. Tudo fica meio “pobrinho”.



Aliás, acho que Roma é uma dessas cidades que tem o poder de empobrecer as outras. Principalmente do ponto de vista de uma fã de história, arte e cultura como eu. Impossível se conter estando num dos berços da civilização ocidental. Impossível não viajar no tempo ao entrar no Coliseu e imaginar as batalhas sangrentas, visualizar a vida cotidiana na Idade Romana ao caminhar pelo Forum, andar pela cidade, ver uma praça e descobrir que embaixo dela há ruínas da antiguidade ainda não escavadas.

Piazza del Popolo, com o Vaticano lá no fundo


Apesar de toda a história Roma consegue encantar ainda mais pelo seu jeito alegre e gostoso de levar a vida. Você sai de uma igreja e acaba numa praça com uma fonte maravilhosa te pedindo pra ficar lá parada, olhando para ela enquanto você toma o melhor gelato de nocciola do mundo. Depois você dá mais uma voltinha e descobre mais um sítio arqueológico, fica pensando como a vida era triste naquele tempo, sem gelato, morre de inveja dos romanos nas suas vespas e fica querendo comprar uma também, senta na mesinha de pé bambo na “calçada” do restaurante, mangia uma bela pasta com vino rosso, de sobremesa um tiramissu e o famoso ristretto pra finalizar. Aí você ganha uma rosa de um desconhecido e termina sua giornata vendo os monumentos que te sorriram de dia, agora mais lindos ainda, iluminados, te desejando buona notte.

La dolce vita? La vita è bella? Sim, a vida em Roma é irresistivelmente doce e bela. Nem que seja por apenas 4 ou 5 dias.

Castel Sant'Angelo, pertinho do Vaticano, com uma super vista lá de cima

Vittoriano, também conhecido como Altar da Pátria, na Piazza Venezia

Bisous!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Você gosta de pagar imposto? Você tem um lugar em Québec!

Eu não vou mentir não, esse negócio de pagar imposto não é comigo. Não sei se porque durante toda a vida eu paguei, paguei, paguei e pouquíssimo recebi em troca, ou se mesmo o dia em que eu receber algo em troca vou continuar detestando pagar imposto. Mas nenhuma sociedade funciona sem ele, então fazer o que... a gente paga e depois cobra dos políticos!
E se você também tem um lugar em Québec assim como eu e também paga impostos assim como eu, talvez queira dar uma olhadinha nessa matéria do La Presse. Mas o resumo eu já conto pra você: O Québec ainda é o campeão dos impostos entre os países do G7, mas a boa notícia é que nos últimos 10 anos o peso total dos impostos na província caiu 2 pontos percentuais.

Livrinho que eu terei que comprar antes de abril de 2013... 

Le Québec reste champion des impôts

(Montréal) En dépit des alléchantes baisses d'impôt accordées ces 10 dernières années par les gouvernements de Québec et d'Ottawa, le Québec reste le champion des impôts les plus élevés parmi les pays membres du G7.
Voilà un des constats marquants de l'étude Une décennie de réductions fiscales... réalisée par le professeur Luc Godbout, avec deux collègues de la chaire de recherche en fiscalité et finances publiques de l'Université de Sherbrooke, Suzie St-Cerny et Michaël Robert-Angers. L'étude sera publiée dans le prochain numéro de la revue de l'Association de planification fiscale et financière (APFF).
Selon les plus récentes données fiscales (2009), les impôts sur le revenu accaparent 12,8% du produit intérieur brut (PIB) du Québec, comparativement à un poids moyen de 9,0% pour l'ensemble du G7, ou à 11,4% pour l'ensemble du Canada. Aux États-Unis, les impôts sur le revenu totalisent à peine 7,7% du PIB.
En guise de consolation, sachez que le poids de nos impôts totalisait 14,6% du PIB en 1999.
On parle donc d'une réduction fiscale en 10 ans de presque deux points de pourcentage du PIB. Un bel effort, quand même! Qui a le plus bénéficié des réductions fiscales au Québec?
De tous les contribuables québécois, selon l'équipe du prof Godbout, ce sont les familles avec jeunes enfants (moins de 6 ans et fréquentant un service de garde à contribution réduite de 7$) qui ont le plus profité des réductions fiscales accordées depuis 10 ans par les gouvernements de Québec et d'Ottawa.
Une telle conclusion donne finalement raison aux gouvernements Charest et Harper qui se vantent depuis plusieurs années de favoriser fiscalement la famille. Précisons toutefois que les diminutions d'impôts avaient été initiées au début des années 2000 par les ministres des Finances de l'époque, Paul Martin, du Parti libéral, Bernard Landry et Pauline Marois, du Parti québécois.
C'est la présence de jeunes enfants qui a permis aux familles de voir leurs finances personnelles s'améliorer grandement, et ce, grâce à aux réductions fiscales, mais, surtout, grâce aux bonifications de prestations.
Mais que les autres contribuables se rassurent, car tout le monde a gagné selon les simulations effectuées par l'équipe Godbout pour quatre types de ménage de 65 ans et moins, soit célibataire, couple sans enfant, familles biparentale et monoparentale, et ce, pour des tranches de revenus allant jusqu'à 200 000$.
L'équipe Godbout a basé son analyse sur le calcul de la charge fiscale nette des contribuables, en utilisant les impôts sur le revenu payés, les cotisations sociales prélevées et les diverses prestations gouvernementales obtenues.
Le constat par catégorie de ménages?
Le célibataire
Le taux moyen d'imposition a diminué entre 1999 et 2010 pour tous les niveaux de revenus étudiés. Les économies de charge fiscale accordées depuis 2000 progressent en chiffres absolus en fonction du revenu gagné, passant d'un minimum de 1156$ pour un revenu de 20 000$ à un maximum de 12 322$ à 200 000$ de revenu.
Le couple sans enfant
La diminution de la charge fiscale progresse en fonction du revenu de travail, passant en 2010 de 2439$ (à 20 000$ de revenu) à un attrayant montant de 15 300$ pour un revenu de 200 000$. En pourcentage, on notera que moins le revenu est élevé, plus le pourcentage de la réduction est élevé. Autrement dit, plus vous êtes pauvre, plus vous en profitez quant au pourcentage. Mais mieux vaut gagner un revenu élevé, le montant des diminutions fiscales est nettement plus élevé en valeur monétaire!
La famille avec deux enfants
La charge fiscale nette des familles avec deux enfants de moins de 6 ans a baissé de 1999 à 2010 pour tous les niveaux de revenus analysés.
Pour un revenu de 20 000$, les économies d'impôts (10 003$) réalisées en 2010 sont du même ordre que celles accordées (10 407$) à la famille gagnant 120 000$.
En valeur financière, les économies d'impôts maximales (16 853$) sont atteintes à 200 000$ de revenu familial. Et les plus faibles économies fiscales? Elles surviennent à 45 000$ de revenu, la réduction plafonnant à 6450$.
Selon l'étude de l'équipe Godbout, la hausse des prestations familiales accapare plus de la moitié de la réduction de la charge fiscale chez les familles à 75 000$ de revenu et moins. À partir de 80 000$, les réductions d'impôt prennent du poids dans la réduction de la charge fiscale.
La famille monoparentale avec un enfant
Bien entendu, le taux moyen d'imposition des familles monoparentales a lui aussi diminué entre 1999 et 2010, et ce, pour tous les niveaux de revenus étudiés.
La réduction de la charge fiscale passe de 5068$ pour un revenu de 20 000$ à 13 458$ pour un revenu de 200 000$.
La surprise? La réduction de la charge fiscale de la famille monoparentale est inférieure à celle obtenue par le couple sans enfant à partir d'un revenu familial de 160 000$.
Dernier constat. Jusqu'à quel seuil de revenu les quatre ménages analysés demeurent-ils bénéficiaires nets de l'État alors que leur revenu après impôts, cotisations et prestations gouvernementales dépasse leur revenu de travail?
Pour le célibataire, le seuil est 15 592$. Le couple sans enfant, lui, peut gagner jusqu'à 24 690$. La famille avec deux jeunes enfants de moins de 6 ans voit son seuil plafonner à 47 390$ et la famille monoparentale, à 35 825$.
Michel Girard, La Presse, 17/11/11

Bisous!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A história das coisas

Uma amiga me mandou um videozinho hoje que achei interessante. É sobre o ciclo do consumo e de como o mundo se tornou um lugar feito para o consumismo. O vídeo exagera em muitos aspectos e fala do que acontece nos EUA, mas podemos transferir esse movimento consumista para qualquer lugar do mundo onde as pessoas tenham um pouquinho de dinheiro para gastar. Achei legal compartilhar. É óbvio que temos que guardar as devidas proporções, e que o consumo não é completamente ruim, afinal faz girar a economia mundial. Mas que a coisa tá exagerada, isso tá.

Mas o pior de tudo é que toda vez que eu vejo coisas desse tipo eu fico pensando: onde é que eu estava com a cabeça quando resolvi estudar propaganda e marketing? Pior ainda é quando eu penso se eu deveria voltar a trabalhar com marketing quando chegar no Canadá... ai ai ai, veremos! (calma, eu sei que o mkt não é o problema, e sim uma das infinitas causas do problema).


Para assistir o mesmo vídeo dublado em português, clique aqui.

Em tempo: faz quase um ano que eu não compro nada pra mim que não seja comida e itens de higiene pessoal (meu plano do desapego). E não é que eu conclui que não preciso de metade das coisas que eu tenho e que ficar sem comprar pode ser libertador? É lógico que isso não vai durar pra sempre mas que eu me tornarei uma consumidora mais consciente depois desse ano de seca, isso é certeza.

Em tempo 2: comentário que eu li no you tube sobre o vídeo:

"My ears and eyes are bleeding! I have never heard or seen anything so fucking liberal in my life! Propaganda at its finest! If you dislike America that much and disagree with how we live our lives then get the fuck out and move to Canada!! And fuck all you hippies and liberal douchefags and the occupy wall street bullshit, you all can suck the bullet out of my m4! Have a nice day :)"
Meu comentário para pessoas desse naipe: espero que você morra chafurdado no lixo. Seu lindo lixo americano.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Porque eu gostei de lá.

Hoje fiquei pensando em postar motivos do porque eu quero ir pro Canadá. Não é simplesmente porque eu não gosto muito do Brasil. É porque eu realmente gostei de lá. Então eu resolvi listar alguns motivos que me fazer acreditar que tudo valerá à pena:

1.        Vou poder ter uma vida decente sem ter que me matar de trabalhar. Esse é um dos motivos número 1 que me levam a imigrar. Não posso reclamar da vida que eu tenho no Brasil. Sempre tive tudo o que precisei (não tudo o que quis), mas sempre ao custo de muito trabalho. Primeiro trabalho dos meus pais que fizeram o possível e impossível para nos dar uma vida confortável, porém sem luxo. Eles deram a mim e minhas irmãs todas as condições para estudarmos e termos ferramentas para seguir adiante com nossos próprios pés. Agradeço muito a eles. Depois meu próprio trabalho, pois mesmo estando muitas e muitas vezes cansada num nível extremo, estressada e querendo fugir, eu sempre lutei e trabalhei para comprar as minhas coisas, guardar as economias, e depois de formada nunca mais ter que pedir dinheiro pra ninguém. Se eu tenho, eu compro, se eu não tenho, paciência. Ninguém tem que arcar com as minhas vontades. Porém nos últimos anos eu tenho visto que está cada vez mais difícil viver no Brasil. Mesmo trabalhando todo santo dia, fazendo economia, não gastando com futilidade, o dinheiro não sobra. Tudo está muito caro. Explodindo. E além de pagar uma carga tributária pesada, ainda temos que pagar por fora plano de saúde, escolas, pedágios caríssimos nas estradas, bom, vocês bem sabem. Hoje eu sou solteira, mas e quando eu quiser ter a minha família? Como vou sustentar meus filhos desse jeito? Eu não quero ser rica (mentira, não ia fazer mal ser rica não, hahahaha), só quero ter uma vida decente, confortável, sem que pra isso eu tenha que trabalhar 60 horas por semana e chegar em casa só pra dormir. Quero trabalhar sim, mas ter tempo pra descansar, me divertir, estar com os amigos, a família (futura), ter tempo pra mim, enfim, quero mais QUALIDADE DE VIDA (as três palavrinhas mágicas de todo imigrante).

2.     Adoro falar outra língua. Sempre fui apaixonada por línguas. E em Montréal eu ainda terei a oportunidade de falar 3: francês, inglês e português. Isso sem contar no portuñol que também rola muito por lá. E esse jeitinho montréalais de misturar o inglês no meio do francês é total a minha cara!

3.     Vou viver numa cidade cheia de verde. É tão gostoso olhar no Google Earth e ver todo aquele verde de Montréal. Todo bairro , mesmo pequenininho que seja tem seu parque. E fora esses tem os parques mais conhecidos, que são enormes. Pra se ter uma idéia, o Ibirapuera (maior parque de São Paulo) tem 1,58 km² (para ser usufruído por uma população de mais de 11 milhões de habitantes). O maior parque de Montréal, o Jean-Drapeau tem 2,59 km² e o segundo maior, o Mont-Royal tem 1,9 km². Ah, pra quem não sabe Montréal tem por volta de 1,7 milhões de habitantes.


4.      Minha casa não vai ter grades nas janelas. Vou poder andar sozinha na rua sem medo e viver minha vida livre dessa nóia da violência.

5.      Vou estar num lugar onde as pessoas não se ocupam (ou se ocupam muito menos) em falar da vida alheia. Lá ninguém ta nem aí se eu to usando camisa xadrez com saia listrada, sapato verde limão e bolsa laranja. Ninguém liga se eu não fiz minhas unhas e se meu cabelo ta horroroso. Ninguém se incomoda se eu saio com fulano, sou amiga de beltrano e freqüento lugares esquisitos. Afinal, quem paga minhas contas sou eu, não é mesmo?

6.      Vou ter amigos dos quatro cantos de mundo e poder conhecer mais a fundo outras culturas. Isso me fascina. Adoro saber como as coisas são em outros países, as formas de pensar, de agir, como é a cultura, a religião, a arte, a sociedade em geral.

7.      Terei o MoMA e o Met a 600km de distância da porta de casa. Ok, ok, confesso que meu museu favorito no mundo (so far) é o Van Gogh Museum, mas convenhamos: o acervo desses dois aí é pra ninguém botar defeito. Assim vou poder aproveitar um ou outro feriado prolongado pra fazer umas comprinhas em NY e conferir as últimas exposições.

8.      Vou poder deixar o carro estacionado por muito mais tempo. Ultimamente eu ando evitando andar de carro. Tenho ido para o trabalho a pé, sempre que dá pego carona, e só não comprei uma bike porque estou no plano “desapego” e minha meta é não comprar nada que não seja mega essencial. Talvez eu compre um carro no Canadá, ainda não sei... depois que eu passar o primeiro inverno eu resolvo. Mas com ou sem carro, o fato é que vou tentar usar o transporte público o máximo possível. Além de bem mais barato, é muito mais ecológico. E como lá o transporte público funciona, temos que fazer uso dele sim. Sei que há seus inconvenientes, mas temos que tentar pensar mais no coletivo e sermos menos individualistas. Aliás, cada vez mais eu penso nisso. Se todos pensassem mais na coletividade e adotassem atitudes menos egoístas, o mundo seria um lugar muito melhor.

9.      Vou fazer snowboarding no meu quintal. Eu nunca esquiei na vida. Snowboarding muito menos. Mas desde que eu vi pela primeira vez o X-Games de inverno na ESPN fiquei louca pra praticar esses esportes. Quando eu estive no Canadá ano passado não rolou. Só deu pra patinar no gelo (minha primeira vez, by the way) e tudo o que eu posso dizer é que eu morro de medo de cair. Tombo eu não levei, mas só porque eu mal saia da borda do ringue. Mas eu sempre fico pensando que cair na neve deve doer menos que no gelo, hahahaha. Fato é que eu vou aproveitar o inverno e vou aprender snowboarding. Nem que demore anos e anos, eu vou conseguir. Afinal, depois de todo chocolate quente que eu sei que vou consumir no inverno, tenho que arranjar um jeito de queimar as calorias adquiridas.

10.   Vou viver numa democracia que realmente funciona e numa cidade que mescla a cultura européia com a praticidade e tecnologia americanas. É como se eu tivesse o melhor de dois mundos em um só lugar. Quando eu estava começando minhas pesquisas sobre mudar de país eu não tinha pensado no Canadá. Foi minha irmã que o mencionou e assim que eu googuei Montréal eu me encantei com o que li e vi.
“Montréal é considerada a cidade mais européia da América do Norte. Possui uma das populações mais bem educadas do mundo, com a maior concentração de estudantes universitários per capita de toda América do Norte. A cidade tem quatro universidades e 12 faculdades. É um centro da indústria de alta tecnologia e uma das cidades mais seguras do continente americano.” (fonte Wikipedia)
E a partir daquele momento soube que meu lugar no mundo poderia ser lá.

Espero que você, se ainda não encontrou o seu, encontre-o também! Bonne chance!

Bisous!



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Get off me!

Eu já disse o quanto eu odeio esse calor dos infernos? Pode ser até que quando eu estiver no Canadá eu sinta falta do forninho mas por enquanto a única coisa que posso dizer é que o calor me mata. Mata minha vontade de ser produtiva, de fazer ginástica, de trabalhar, de estudar, de me arrumar, até mata minha vontade de ir pra priscina, visto que o sol é tão quente que só de imaginar ficar exposta à ele já me desanima completamente. E pensar que a estação está apenas começando e isso vai durar até pelo menos abril já me deixa de mau humor.



Com a idade avançando comecei a ficar neurótica com minha pele. E nada pior pra estragar a pele que esse sol de 40°C tostando, fritando, assando, cozinhando e outros andos mais... Nenhuma mulher merece isso. [os homens também não merecem, tadinhos! (momento visão homens de terno e gravata espremidos no metro em horário de pico)].

Voltando a nós mulheres, impossível ficar minimamente elegante nesse calor: passa protetor, fica toda melada, passa maquiagem, a maquiagem derrete, aí tá na hora de reaplicar o protetor, aí ou você lava a cara e faz tudo de novo ou vai criando camadas e mais camadas de protetor, que começa a melar, aí você sai na rua, sua, volta, faz todo o ritual (nessa hora já é ritual satânico), sua mais um pouco, e no fim da semana você olha no espelho e apesar de todo seu esforço você vê aquelas malditas manchas voltando a habitar seu rostinho melado.

Pras mulheres adeptas do secador então, um super désolée! Eu já assumi meu cabelo fuá e prefiro ele preso e horroroso do que sair do banho, usar o secador e depois ter que voltar pro chuveiro de tão suada que ficou à cause du maudit.

Se não bastasse nosso próprio mal-estar, ainda temos que aturar aquela visão do inferno ao sair na rua: o povão descamisado, com suas panças de fora, a mulherada com aqueles shorts minúsculos fazendo questão de mostrar toda celulite que o McDonalds e a Coca-cola lhe deram, as blusas de costa de fora com aquele sutiã velho de guerra aparecendo (com fecho e tudo!!!), enfim toda a sensualidade exuberante do povo brasileiro gritando na sua cara!

Se um dia eu ganhar na loteria, comprar um iate e passar as tardes com os amigos bebendo cerveja gelada, aí sim verão, você será meu melhor amigo. Enquanto esse dia não chega, eu só te digo: Get off me!

Bisous!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Awesome!

Semana passada foi revelado que um dos meus personagens favoritos ever é 1/4 canadense. Se você assiste How I Met Your Mother, você já deve saber de quem estou falando. Se não assiste, tant pis: você não conhece Barney Stinson.

Obviamente Barney não gostou da notícia e tratou logo de postar no seu blog uma lista com "algumas das infinitas razões do porque os EUA são melhores do que o Canadá..."

Barney, Barney, agora que você é 1/4 canuck você é ainda mais awesome!!!







no meu também!

Bisous!

sábado, 5 de novembro de 2011

Moi, la paresseuse!

Estou precisando de alguém pra me dar um puxão de orelha. Não estou conseguindo mais estudar francês. Ele está completamente estacionado. Ou melhor, estou achando que já está dando marcha à ré. Essa semana o sistema da FEL tentou me dar um empurrãozinho: recebi um email falando que eu ainda não tinha feito meu teste de nivelamento e então eles estavam mandando o link novamente pra eu fazer o teste. A cara de pau (e preguiça) da moça aqui está igual ao salário dos deputados e políticos brasileiros: não para de subir!



Mas eu prometi a mim mesma (como se isso fosse promessa válida) que eu farei o teste semana que vem e que finalmente após 5 meses de CSQ eu vou começar a FEL. Aleluia! Ou não. É melhor esperar pra dizer!
Nessas o tempo está passando, a ficha está começando a cair cada dia mais e eu já to começando a ficar um pouquinho nervosa com as coisas que ainda preciso providenciar. Fico toda perdida, não sei se começo já a ver sobre a validação do diploma, se espero, se realmente é necessário (visto que eu nunca trabalhei na área na qual me formei e ainda não tenho uma idéia clara de que tipo de trabalho vou procurar quando chegar no Canadá), se preciso traduzir todos os meus documentos de trabalho, que no meu caso (PJ) são quilos e quilos de papel... ai, tantas coisas na minha cabecinha confusa...

Hoje quando estava indo almoçar passei em frente ao pipoqueiro da praça. Me deu uma vontade de comer pipoca doce, igual à que eu comia quando era criança... só pra me lembrar da época em que tudo era tão simples e a vida era uma grande brincadeira!

Bisous!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

it's good and I like it!

Passei boa parte da tarde hoje ouvindo Corinne Bailey Rae e fiquei com vontade de compartilhar... 


Muito bom encerrar o dia ouvindo esse som.
Ah, e ótimas notícias essa semana: Florence virá para o Brasil em janeiro! Maybe then my dog days will be over!!!

Bisous!